UNIÃO DE CONFRARIAS
Fundada em
1930
A União de Confrarias Penitenciais de Plasencia é a instituição encarregada de coordenar e organizar a Semana Santa de Plasencia, uma das mais importantes da Extremadura. Foi fundada em 1950 com o objetivo de reforçar o trabalho das irmandades e assegurar a continuidade das procissões, preservando a tradição e a devoção.
Número actual de cofrarias:
11
Sede:
Plasencia, Cáceres, España
Cofrarias fundadoras:
Vera-Cruz, Descendimiento, Santo Sepulcro, Jesús Nazareno
História
Antecedentes: A crise após a Desamortização
A Desamortização de Mendizábal abalou a Semana Santa, deixando apenas ativa a Irmandade da Vera-Cruz, que mantinha as procissões com a ajuda de grémios e particulares
Primeira tentativa de reorganização (século XIX - 1928)
No final do século XIX, iniciou-se um período de esperançosa ressurreição graças aos esforços do sacerdote Julián Sánchez Roca, embora o impulso definitivo só tenha chegado com a Sagrada Missão de 1928, quando se sentiu a necessidade de uma organização definitiva. Foi então que apareceu um homem de providência, o Decano Eduardo Leal Lecea, que em 1930 conseguiu criar duas novas confrarias. Foi nessa altura que se criou também, sob a sua presidência, a Junta de Fomento da Semana Santa, da qual faziam parte autoridades tão diversas como os párocos de El Salvador e de San Nicolás, o Progreso Mercantil e a Caja de Ahorros. Os cronistas da época afirmam categoricamente que “as Semanas Santas de Plasencia foram as melhores da Extremadura. Tinham projectos interessantes e encomendavam novos passos."
Impacto da Segunda República e reorganização (1943-1950)
A situação vantajosa da Semana Santa de Pláceres desmorona-se com a chegada da Segunda República e a proibição das procissões. A partir de 1943, inicia-se a reorganização, mas, apesar do trabalho de pessoas como D. Bonifácio Cano Aguilar e do próprio bispo, D. Feliciano Rocha Pizarro, apenas foi criada a Confraria da Soledade e do Sagrado Sepulcro.
Consolidação da União de Confrarias
Em 1950, após a morte de D. Bonifacio Cano, a Junta de Fomento da Semana Santa passou a chamar-se União de Confrarias da Semana Santa de Plasencia. Mais tarde, toma o nome de Confrarias da Paixão e, não há muito tempo, de União de Confrarias Penitenciais. A 7 de fevereiro de 1950, são redigidos os estatutos, que estabelecem as normas que regem a formação e a presidência da União.
Estatutos e Organização
Principais regras e estatutos fundadores:
Artigo 2
As quatro confrarias penitenciais fundadoras são: A Confraria de Vera-Cruz, a Irmandade da Descida, a Confraria do Sagrado Sepulcro e a Irmandade de Jesus de Nazaré, que terão direitos e deveres idênticos. Portanto, a Confraria de Vera-Cruz deixa de funcionar como uma super-confraria, embora se lhe reconheça uma primazia honorífica por ser a mais antiga, a única que sobreviveu à desamortização e que durante muitos anos organizou sozinha as procissões, podendo dizer que as outras confrarias nasceram sob a sua proteção e até agora eram membros dela e que se descapitalizou com estes esforços. Mas este primado, como se diz, será meramente honorífico sem que isso signifique que tenha mais direitos e deveres do que as outras confrarias.
Artigo 8
A Junta Diretiva Permanente da União das Confrarias Penitenciais será composta pelos presidentes e diretores de cada uma das confrarias penitenciais fundadoras. O Presidente da V.O.T. de São Francisco, os representantes da Caja de Ahorros, um Secretário Geral, um Vice-Secretário, um Tesoureiro Geral e um Vice-Tesoureiro.
Artigos 9 e 10
Os cargos devem ser necessariamente ocupados pelos quatro presidentes das confrarias fundadoras. O presidente é eleito por voto secreto e os outros três ocupam a vice-presidência por ordem dos votos obtidos. Em caso de empate, será eleito o mais antigo.
Artigo 20
Reconhece-se para todos os efeitos que a ordem de antiguidade das Confrarias Penitenciais é a seguinte: Confraria de Vera-Cruz, Confraria da Descida da Cruz, Confraria do Sagrado Sepulcro e Confraria de Jesus de Nazaré.
Apoio Económico da Câmara Municipal
O apoio económico da Câmara Municipal, fundamental para o desenvolvimento das procissões, tem sido importante desde 1988, quando as confrarias solicitaram ao Cabildo que contribuísse para a promoção da Semana Santa em Plasencia.
Desde então, graças aos montantes recebidos da administração local e aos donativos e quotas dos sócios, registaram-se grandes progressos: restauração de procissões, aquisição de novas, aparecimento de novas confrarias, aumento do número de sócios.
Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Plasencia e a União de Confrarias têm trabalhado em estreita colaboração para promover a Semana Santa e torná-la uma referência não só na Extremadura, mas também a nível nacional